Clinica NeuroGandolfi
Epidemiologia do Autismo
Atualizado: 10 de out. de 2020

🧩Na década de 70, a prevalência de TEA era de 4,5 a cada 10.000. Em 2006, 1 a cada 1.000. Em maio de 2020, o estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, nos EUA, já indicou que uma em cada 54 crianças é diagnosticada com o TEA. Portanto, hoje, com 211 milhões de habitantes, estima-se que 3,9 milhões de brasileiros sejam TEA.
🧩As estimativas apontam para uma maior prevalência de casos em pessoas do sexo masculino do que feminino, sendo um amenina para cada 4 meninos. Entre as razões que podem explicar o porquê de o TEA ser mais complexo de se identificar nas meninas, está o fato de as técnicas diagnósticas desenvolvidas serem voltadas para as especificidades do TEA no sexo masculino, exatamente por ser o gênero mais prevalente em estudos sobre o TEA. As meninas apresentam menores fatores de estereótipos do espectro. Aprendem a disfarçar o seu déficit de comportamento social, por apresentarem a capacidade de imitar comportamentos de outras meninas da mesma idade. Elas têm menos atitudes repetitivas e restritas que os meninos no TEA. Os aspectos hormonais podem estar ligados às diferenças entre meninas e meninos com TEA.
🧩Essa “ausência” de estereotipias bem demarcadas pode contribuir para dificultar uma suspeita de TEA. Isso se deve à estrutura cerebral, que dífere entre meninos e meninas, na região do cérebro responsável pela capacidade motora.
🧩Quando identificadas tardiamente no espectro, as meninas perdem a oportunidade de terem suas habilidades desenvolvidas precocemente, o que pode melhorar sua condição. Por isso, precisamos aprender a perceber as sutilizas do espectro nas meninas.
🧩No autismo, não há prevalência de raça, etnia, condições socioeconômicas, culturais ou educacionais.
🧩Assim, a crescente prevalência de diagnósticos de TEA torna necessário que todos os profissionais de saúde e educação se informem sobre o Transtorno: Desde o otorrino plantonista que avalia um pequenino com febre em um PS infantil, a consultora de amamentação, que estranha a falta do contato visual do bebê para sua mãe durante a mamada, ou o dentista, que nota a alteração na percepção da sensibilidade oral do seu paciente. São situações corriqueiras e reais da prática clínica.
🧩Então, saber o que é o TEA, quais os métodos de intervenção com comprovadas evidências científicas e dar orientações corretas para as famílias encurtará o caminho para o diagnóstico e para a intervenção.
🧩Não se espera anos "para ver se é mesmo". Hoje, o diagnóstico após os 03 anos é considerado tardio. Cada criança não tem seu tempo. Há marcos do desenvolvimento que devem ser atingidos na época correta. Atrasos são acumulativos. Viram uma bola de neve. Há comportamentos que a criança precisa aprender para alcançar outros e, quanto antes o processo de intervenção se inicia, melhor e até mais fácil será.
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Dra. Valéria Gandolfi Geraldo
Pediatria - Neurologia Pediátrica
CRM-SP: 105.691 / RQE: 26.501-1