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Desvendando a Epilepsia Refratária: Quando o Controle Escapa às Drogas



Desvendando a Epilepsia Refratária: Quando o Controle Escapa às Drogas


A epilepsia, caracterizada por descargas elétricas cerebrais anormais, geralmente responde bem a medicamentos anticrises. No entanto, quando esse controle não é alcançado, surge o termo "epilepsia refratária" ou "farmacorresistente". Compreender esse estágio é essencial para explorar opções terapêuticas além das drogas convencionais.


Quando a Epilepsia Torna-se Refratária:

O termo "refratário" é aplicado quando duas drogas anticrises ideais, em doses apropriadas e administradas de forma monoterápica ou em combinação (politerapia), falham em controlar as crises epilépticas. Esse estágio é crucial devido às implicações nas escolhas terapêuticas subsequentes.


Importância da Identificação da Refratariedade:
  1. Limitação da Resposta a Medicamentos:

  • Estudos científicos destacam que, se duas drogas ideais não alcançam o controle, a eficácia de uma terceira é reduzida a apenas 4%. Identificar a refratariedade permite uma transição para abordagens alternativas.

  1. Exploração de Outras Terapias:

  • A epilepsia refratária não representa um beco sem saída. Pelo contrário, é uma encruzilhada que indica a necessidade de considerar terapias além das farmacológicas. Opções como dieta cetogênica, neuromodulação e intervenções cirúrgicas ganham destaque nesse cenário.


Opções Terapêuticas Além das Drogas:
  1. Dieta Cetogênica:

  • Uma abordagem dietética que busca controlar as crises por meio da modificação da proporção de nutrientes, estimulando a produção de corpos cetônicos.

  1. Neuromodulação:

  • Envolve o uso de dispositivos para modular a atividade neural. Estimuladores do nervo vago (VNS) e estimulação cerebral profunda são exemplos que mostraram eficácia em casos de epilepsia refratária.

  1. Opções Cirúrgicas:

  • Procedimentos cirúrgicos, como a ressecção focal do tecido cerebral responsável pelas crises ou a calosotomia, são considerados quando outras opções falham.


Perspectiva Positiva:

A epilepsia farmacorresistente não é o fim da jornada, mas sim uma curva no caminho. Abrir-se para alternativas terapêuticas representa a continuidade do trajeto em busca do controle das crises. A abordagem multidisciplinar, envolvendo neurologistas, neurocirurgiões e profissionais de saúde mental, é crucial para traçar o melhor curso para cada indivíduo.


Conclusão: Explorando Novos Horizontes na Epilepsia Refratária:

O diagnóstico de epilepsia refratária não deve ser encarado como uma derrota, mas como um convite para explorar novos horizontes terapêuticos. A compreensão da refratariedade da epilepsia abre portas para intervenções inovadoras, oferecendo esperança e oportunidades de controle das crises. É uma jornada desafiadora, mas repleta de possibilidades que podem significar uma melhoria significativa na qualidade de vida daqueles que enfrentam a complexidade da epilepsia refratária.


Dra. Valéria Gandolfi Geraldo

Pediatria - Neurologia Pediátrica

CRM-SP 105.691 - RQE: 26.501-1


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