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Síndrome de Asperger



Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) sem Transtorno do Desenvolvimento Intelectual (TDI) e com leve ou nenhum prejuízo da linguagem funcional e sem história prévia de atrasos dos marcos do desenvolvimento, Nível 1 de Suporte: Uma Exploração Profunda

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno neurobiológico complexo que afeta o desenvolvimento neurológico, social e comportamental de indivíduos, apresentando uma ampla variedade de manifestações. Entre as diferentes categorias e especificidades do TEA, um grupo em particular destaca-se: aqueles sem Transtorno do Desenvolvimento Intelectual (TDI), com leve ou nenhum prejuízo na linguagem funcional e sem história prévia de atrasos nos marcos do desenvolvimento infantil, nível 1 de suporte. Antes da revisão do DSM-5 em 2013, esse subgrupo era diagnosticado como Síndrome de Asperger. Neste texto, exploraremos detalhadamente as características, desafios e potenciais dessa população específica dentro do TEA.


DSM-5 TR:

  •  CID 10: F84.5, considerando a nova CID 11: 6A02.0: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), sem Transtorno do Desenvolvimento Intelectual (TDI), com leve ou nenhum prejuízo na linguagem funcional e sem história prévia de atrasos nos marcos do desenvolvimento infantil, nível 1 de suporte.

Entendendo o TEA sem TDI e com leve ou nenhum prejuízo da linguagem funcional e sem história prévia de atrasos dos marcos do desenvolvimento, Nível 1 de Suporte: Uma Visão Abrangente

O TEA é caracterizado por padrões persistentes de dificuldades na comunicação social e interações sociais, além de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Dentro desse amplo espectro, a presença de indivíduos sem TDI, com leve ou nenhum prejuízo na linguagem funcional e sem história prévia de atrasos dos marcos do desenvolvimento, nível 1 de suporte, representa um espectro único.


1. Características e Manifestações:

  • Leve ou Nenhum Prejuízo na Linguagem Funcional: Indivíduos nesse grupo podem apresentar dificuldades sutis na linguagem funcional (pragmática e não verbal). Embora possam ter um vocabulário extenso, podem enfrentar desafios na compreensão de nuances sociais da linguagem e no uso apropriado em contextos sociais.

  • Padrões Sociais Peculiares: As interações sociais podem ser marcadas por padrões peculiares. Isso pode incluir dificuldades na leitura de expressões faciais, linguagem corporal e empatia, apesar de um desejo genuíno de se conectar com os outros.

  • Interesses Restritos e Repetitivos: Como em outras formas de TEA, indivíduos nesse grupo podem desenvolver interesses específicos e intensos em temas particulares. Esses interesses podem ser explorados de maneira profunda e detalhada.

  • Sem história prévia de atrasos do marcos do desenvolvimento infantil: ao analisarmos a história dos marcos do desenvolvimento infantil, eles sempre estiveram dentro dos padrões de normalidade, exceto sutilizas em linguagem não verbal e pragmática e socioemocional, que não causavam prejuízos significativos para serem valorizados.

  • Sem Transtorno do Desenvolvimento Intelectual (TDI): o padrão cognitivo/intelectual está dentro do esperado para a idade.

2. Diagnóstico e Mudanças no DSM-5:

Antes da atualização do DSM-5 em 2013, esses indivíduos eram diagnosticados com Síndrome de Asperger. No entanto, o DSM-5 consolidou todos os diagnósticos sob a categoria geral de TEA, eliminando distinções anteriores. O TEA agora é diagnosticado em um espectro de características clinicas e classificado em três níveis de suporte/apoio em relação ao ambiente, pais, familiares e cuidadores.

3. Nível 1 de Suporte:

O grupo em questão se enquadra no Nível 1 de Suporte, pois apresentam necessidade de auxílio/apoio em relação ao ambiente, pais, familiares e cuidadores (NÃO EXISTE AUTISTA COM NÍVEL ZERO DE SUPORTE!). Indivíduos no nível 1 de suporte podem ter dificuldades notáveis na comunicação social, mas são capazes de funcionar de maneira independente, especialmente com o suporte adequado.


Desafios e Adaptações Necessárias:

1. Dificuldades na Compreensão Social:

  • Interações Sociais Complexas: A complexidade das interações sociais pode ser um desafio. Dificuldades em entender expressões faciais, tom de voz e pistas sociais sutis podem levar a mal-entendidos.

  • Desafios na Empatia: A empatia, embora muitas vezes presente, pode ser expressa de maneira não convencional. Indivíduos desse grupo podem ter dificuldades em identificar e responder adequadamente às emoções dos outros.

2. Abordagens Educacionais Apropriadas:

  • Ênfase na Compreensão Social: Programas educacionais devem enfatizar o desenvolvimento da compreensão social. Estratégias explícitas para decodificar pistas sociais e expressões faciais podem ser benéficas.

  • Inclusão Social: Promover a inclusão social é crucial. Ambientes escolares e comunitários devem ser orientados para criar oportunidades significativas de interação social, garantindo que esses indivíduos se sintam aceitos e integrados.


Potenciais e Habilidades Únicas:

1. Foco Intenso em Interesses Específicos:

  • Contribuições Valiosas: O foco intenso em interesses específicos pode resultar em habilidades notáveis em áreas particulares. Essas paixões podem ser canalizadas para contribuições valiosas em diversos campos.

  • Resolução Criativa de Problemas: A capacidade de explorar temas de maneira detalhada pode levar a uma resolução criativa de problemas. Essa habilidade única pode ser um trunfo em ambientes acadêmicos e profissionais.

Intervenções Terapêuticas:

1. Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)/Estratégias de Instrução

  • Desenvolvimento de Habilidades Sociais: A terapia social pode ser instrumental no desenvolvimento de habilidades sociais. Estratégias para decodificar e responder adequadamente às situações sociais podem ser exploradas.

2. Terapia Ocupacional com abordagem em Integração Sensorial de Ayres

  • Melhorar as alterações sensoriais e desenvolver autonomia e independência: A terapia ocupacional com abordagem em integração sensorial de Ayres pode ser instrumental na melhora das alterações sensoriais e desenvolvimento de autonomia e independência. Estratégias para regulação sensorial e responder adequadamente às situações sociais podem ser exploradas.

3. Apoio Educacional Personalizado:

  • Adaptações Curriculares: Adaptações curriculares que levem em consideração as necessidades específicas desse grupo são essenciais. Isso pode incluir estratégias de ensino diferenciadas e suporte individualizado. Atendimento Educacional Especializado (AEE), Plano de Ensino Individualizado (PEI) e Mediador Escolar (profissional responsável pela interação entre o individuo e todas as pessoas do ambiente escolar, durante todo o período pedagógico) são direitos garantidos por Lei Federal as pessoas nesse nível de suporte do espectro do autismo.  NÃO EXISTE AUTISTA COM NÍVEL ZERO DE SUPORTE!.

Conclusão: Uma Perspectiva Abrangente do TEA sem TDI, com leve ou nenhum prejuízo da linguagem funcional e sem história prévia de atrasos dos marcos do desenvolvimento infantil, no Nível 1 de Suporte

O entendimento do TEA sem TDI ,com leve ou nenhum prejuízo na linguagem funcional e sem história prévia de atrasos dos marcos do desenvolvimento, nível 1 de suporte, é essencial para fornecer o suporte adequado a indivíduos dentro desse espectro. Ao abordar os desafios e explorar as potencialidades únicas, podemos criar ambientes inclusivos e promover o desenvolvimento pleno desses indivíduos. O respeito pela individualidade e a implementação de estratégias terapêuticas personalizadas são fundamentais para garantir que cada pessoa atinja seu máximo potencial e participe plenamente da sociedade.



Dra. Valéria Gandolfi Geraldo

Pediatria - Neurologia Pediátrica

CRM-SP: 105.691 / RQE: 26.501-1


Sugestão de Leitura:

1.    American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders, 5th ed. Texto Revisado. Arlington, VA: American Psychiatric Publishing; 2022.

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