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Existe teste neuropsicológico para Autismo?



Existe teste neuropsicológico para Autismo?

Vamos esclarecer esse ponto crucial. A pergunta menciona teste neuropsicológico, não um teste específico para diagnosticar o autismo. Parecem sinônimos, mas há uma diferença fundamental.


A busca por métodos precisos de avaliação diagnóstica do Autismo levanta a questão: Existe Teste Neuropsicológico para Autismo? A resposta é não, mas existem testes específicos, objetivos e precisos para o diagnóstico, cada um desempenhando um papel crucial no processo.


Testes como ADI-R (Entrevista para o Diagnóstico do Autismo - Revisada), ADOS-2 (Observação para o Diagnóstico do Autismo - Segunda Edição), Escala LABIRINTO (escala brasileira de diagnóstico de Autismo) e CARS (Escala de Classificação do Autismo em Crianças) são fundamentais. Eles não são testes neuropsicológicos, mas fornecem uma avaliação clara dos critérios do DSM-5 TR para o Autismo de maneira objetiva e precisa.


É importante entender o que caracteriza um teste neuropsicológico. Eles medem funções cognitivas específicas, como memória, atenção, funções executivas, linguagem e quoeficiente de inteligência. Eles ajudam a identificar padrões de funcionamento cerebral e a detectar possíveis disfunções neurológicas ou distúrbios cognitivos. Esses testes são frequentemente aplicados por profissionais de saúde, como neuropsicólogos, para diagnosticar e planejar intervenções em condições neurológicas e transtornos psiquiátricas.


Ao contrário, os testes específicos para o diagnóstico do Autismo se concentram em comportamentos e critérios definidos pelo DSM-5 TR das características centrais do Autismo e são aplicados por profissionais de saúde, com curso de capacitação oficial, como médicos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e outros.


A ADI-R é uma entrevista estruturada, realizada com os pais ou cuidadores, e investiga o histórico prévio e atual dos critérios dos DSM-5 TR e já pode ser aplicada a partir de idade equivalente de 18 meses ou cronológica de 2 anos. Não podemos esquercer que todo diagnóstico começa com uma boa anamnese e, no caso do autismo, é a ADI-R. A ADOS-2, aplicada a partir de 1 ano, e Escala LABIRINTO, a partir de 2 anos, nós ajudam na observação direta, avaliam de forma observacional se a pessoa preenche os critérios do DSM-5 TR. É justamente com a ADOS-2 e a Escala LABIRINTO que o profissional tem a oportunidade de “treinar” o seu olhar para observar objetivamente as características centrais do Autismo descritas no DSM-5 TR. Já a CARS oferece uma avaliação global de comportamentos associados ao Autismo e é sempre preenchida pelo profissional examinador e nunca pelos pais, cuidadores ou escola. Além disso, são específicos para diagnosticar autismo, já os testes neuropsicólogos não.


Portanto, enquanto testes neuropsicológicos abordam funções cognitivas, os testes diagnóstico do Autismo focalizam comportamentos sociais, comunicativos e padrões restritos e repetitivos específicos dos critérios do DSM-5 TR para autismo. Esses testes diagnósticos do autismo fornecem uma avaliação abrangente, permitindo uma compreensão clara e objetiva dos critérios do DSM5 TR. Essa avaliação é vital para uma avaliação diagnóstica precisa, conduzindo a intervenções mais eficazes e centradas nas necessidades individuais de cada pessoa no espectro do autismo. Assim, não iremos confundir, por exemplo, Autismo com o TDL (Transtorno do Desenvolvimento de Linguagem) ou outro transtorno. Reumindo, não há testes neuropsicológicos de autismo. Entretanto, há sim testes especificos para fazermos o diagnostico do autismo, de forma objetiva e precisa, pelos critérios do DSM5 TR, assim, não corremos o risco de diagnosticar uma criança, por exemplo, com TDL como autista. Inclusive, ADI-R e ADOS-2 são padrão ouro internacional no diagnóstico do autismo.


Duvidas frequentes sobre a ADI-R, ADOS-2 e Escala LABIRINTO

1 - Podem ser utilizados no Brasil?

Sim. ADI-R e ADOS estão na lista de instrumentos auxiliares no diagnóstico do Autismo do Ministério da Saúde (Manual “Linha de Cuidado do TEA na infância”, publicado pelo Ministério da Saúde em 2021), Sociedade Brasileira de Pediatria -SBP (Manual “Transtorno do Espectro do Autismo”, 2019) e Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil -SBNi (“Proposta de Padronização Para o Diagnóstico, Investigação e Tratamento do Transtorno do Espectro Autista.”, 2021).


2- Tem Validação Brasileira?

Sim. Os artigos de validação são:





3- Tem versão impressa em Lingua Portuguesa?

ADI-R não. A ADOS-2 tem pela Editora Hogrefe, 2022. E a LABIRINTO, Editora Devires Eirelis, 04/10/2021.


4 - É vendido no Brasil?

Somente a LABIRINTO. As outras precisam ser importadas.


5 - Psicólogos podem usar?

Sim, mas somente como instrumento auxiliar na avaliação neuropsicológica. Os demais profissionais da saúde podem usar sem restrição.


6 - Precisa ter capacitação para aplicar?

Sim. O profissional precisa ter feito o curso de capacitação oficial.


7 - Tem código TUSS/Rol ANS?

Não, mas nenhum instrumento de avaliação que usamos em neurodesenvolvimento tem!

8 - A avaliação pode ser feita online?

Somente a ADI-R. As outras só de forma presencial.


9 - Tem padronização brasileira?

Os critérios clínicos do Autismo do DSM5 TR são os mesmos em qualquer lugar do mundo!



Dra. Valéria Gandolfi Geraldo

Pediatria - Neurologia Pediátrica

CRM-SP 105.691 - RQE: 26.501-1


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