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Avaliação Diagnóstica dos Transtornos do Neurodesenvolvimento

Sobre a avaliação diagnóstica

Fora à escola

(1) O que é avaliação diagnóstica dos Transtornos do Neurodesenvolvimento?

 

A  avaliação diagnóstica  dos Transtornos do Neurodesenvolvimento é uma área clínica que integra os domínios da neurologia pediátrica, pediatria do desenvolvimento e comportamento e da psiquiatria e saúde mental da infância e adolescência e suas relações. Também é considerada um campo de estudo que está situada na interface entre a neuropsicologia,  neurociência, educação ao transtorno mental,  comportamental e desenvolvimento.

 

É uma área do conhecimento que busca investigar as correspondências ou relações entre as regiões cerebrais e as funções cognitivas com transtornos mentais, comportamentais e desenvolvimento já estabelecidas da infância e adolescência.

 

Dedica-se ao tratamento e ao cuidado de crianças e adolescentes com alterações do comportamento de bases neurológicas. Acompanha o desenvolvimento e os comportamentos das crianças e adolesdentes.

 

O profissional avalia todo o desenvolvimento e comportamento da criança e do adolescente, do ponto de vista das suas aquisições cognitivas, motoras, socioemociais, linguagem, aprendizado e comportamentos adaptativos, desde o nascimento até adolescência. 

(2) O que são os Transtornos do Neurodesenvolvimento?

Os Transtornos do Neurodesenvolvimento são um grupo de transtornos com início no período do desenvolvimento. Os transtornos tipicamente se manifestam cedo no desenvolvimento, em geral antes de a criança ingressar na escola, sendo caracterizados por déficits no desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional. 

 

Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na aprendizagem ou no controle de funções executivas até prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência. 

 

É frequente a ocorrência de mais de um transtorno do neurodesenvolvimento; por exemplo, indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) podem ser também pessoas com Transtorno do Desenvolvimento Intelectual, e muitas crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) também são indivíduos com um Transtorno Específico da Aprendizagem. 

 

No caso de alguns transtornos, a apresentação clínica inclui sintomas tanto de excesso quanto de déficits e atrasos em atingir os marcos esperados. Por exemplo, o TEA somente é diagnosticado quando os déficits característicos de comunicação social e interação social são acompanhados por comportamentos excessivamente repetitivos, interesses restritos e insistência nas mesmas coisas.

 

(3) Quando é preciso procurar uma avaliação diagnóstica dos Transtornos do Neurodesenvolvimento?

As situações que mais comumente levam à busca de uma avaliação diagnóstica dos Transtornos do Neurodesenvolvimento  são alterações no desenvolvimento (dificuldades na fala, de coordenação motora e outros atrasos no desenvolvimento); dificuldades de aprendizagem; queda no desempenho escolar;  isolamento social; timidez excessiva; agitação; desatenção; hiperatividade; desorganização do comportamento); conflitos familiares; dificuldades de relacionamento social, entre outros. 

 

De forma geral, as crianças e os adolescentes são encaminhados pelos os pais ou responsáveis, familiares, professores, indivíduos da comunidade ou outros profissionais de saúde (psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos).  Também é possível que a queixa venha da própria criança ou adolescente.

 

Muitas vezes, é complicado diferenciar as características típicas e atípicas ao longo do desenvolvimento. Assim, para a avaliação de crianças e adolescentes, é fundamental o conhecimento profundo do desenvolvimento normal nas diversas faixas etárias, o que faz parte da formação do profissional da saúde com expertise em Transtornos do Neurodesenvolvimento.

 

O diagnóstico e intervenção precoces dos Transtornos do Neurodesenvolvimento são importantes para o prognóstico, contribuindo para melhora da qualidade de vida do indivíduo e de todos ao seu redor.

 

(4) Como são feitas as avaliações diagnósticas dos Transtornos do Neurodesenvolvimento?

No primeiro contato, o profissional de saúde pergunta a família e ao paciente o que os levaram até ali. Além disso, pede informações sobre a criança e adolescente e seus hábitos. Por exemplo: histórico de transtornos mentais, comportamentais e desenvolvimento na família; antecendentes pré natais, parto e nascimento; marcos do desenvolvimentos; interrogatório sobre os diversos aparelhos; patologias prévias; rendimento escolar; aleitamento materno; introdução alimentar; calendário de vacinação; comportamento no ambiente acadêmico; e relacionamentos. Esses detalhes são importantes para que o profissional entenda a criança e adolescente. Por isso é importante nunca mentir. 

 

Após o primeiro contato, o profissional realiza a avaliação do perfil do desenvolvimento e comportamento, exame do estado mental e das funções executivas do sistema nervoso central. Este exame é feito a partir de técnicas específicas. Assim, o profissional consegue detectar a presença ou não de um transtorno mental, comportamental e desenvolvimento.

 

Após o passo inicial com os genitores e ou responsáveis pelo menor e ter as informações do ambiente escolar, o profissional terá contato com a criança ou adolescente e iniciará o processo avaliativo, isto é, poderá verificar a capacidade e habilidade de comunicação, interação social, atenção, memória, pensamento, linguagem, afetividade e humor.

 

A avaliação comportamental visa identificar possíveis transtornos mentais, comportamentais e desenvolvimento, condições ambientais, problemas familiares que podem interferir no cotidiano do menor como no desenvolvimento acadêmico e social e leva no mínimo 8 horas, dependendo de diversos fatores como a necessidade ou não de aplicar provas específicas e também da colaboração da criança e do adolescente. Ela depende de uma cuidadosa investigação clínica realizado por um profisional da saúde com experiência na área. Essa investigação é feita em três passos:
✔️Entrevista com pais e paciente;
✔️Avaliação da escola e dos professores;
✔️Devolutiva e avaliação do paciente.

 

Veja agora os três passos de uma avaliação diagnóstica dos Transtornos do Neurodesenvolvimento:

1️⃣Primeiro Passo - Entrevista com os pais ou responsàveis e o menor: A entrevista inicial com a família deve ser realizada sem a presença do menor para que possam comunicar a queixa, preocupação, angústia e dúvidas. Muitas vezes a familia se sente inibida em falar dos problemas familiares na presença da criança e ou do adolescente. Neste momento, o profissional deve buscar a história pregressa do menor, desde a história gestacional da genitora até o momento que buscaram auxílio. A importância dessa avaliação do desenvolvimento é que se pode identificar alguns sintomas que são importantes para o futuro diagnóstico.

 

Em um segundo momento, apenas a criança ou adolescente estará presente para o profissional identificar, a partir de diversas atividades, traços de sintomas que podem ou não se relacionar com a entrevista inicial com a família. Esta parte da avaliação poderá exigir mais do que uma hora, pois dependerá da participação da criança ou adolescente, bem como outros fatores. O profissioanal  utilizará protocolos padronizados para avaliar o menor.

 

2️⃣Segundo Passo - Avaliação escolar e dos professores: A avaliação dos professores é de suma importância, pois a escola é o local onde a criança e o adolescente passa a maior parte do tempo, e os sintomas que apresentam no ambiente familiar também refletirá na escola. O objetivo dessa avaliação é poder ter informações sobre o menor através de um parecer escrito e dissertativo feito pelo professor e ou pela coordenação pedagógica que envolva aspectos acadêmicos e sociais do aprendiz.

 

3️⃣Terceiro Passo - Devolutiva da avaliação do menor: Após esses passos, o profissional recebe novamente a família para devolver a eles o resultado da avaliação e delinear qual será o melhor tratamento, podendo ser necessário o encaminhamento para outros profissionais da área, como psicopedagogo, neuropsicopedagogo, musicoterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional, profissional de educação física, psicólogo terapeuta cognitivo comportamental,  analista do comportamento, neuropsicologo, entre outros, para realizarem uma intervenção interdisciplinar com o objetivo principal de melhorar a qualidade de vida do menor e de todos ao seu redor. 

 

(5) Alguns dos atendimentos mais frequentes: 

  • Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

  • Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

  • Atraso Global do Desenvolvimento .

  • Transtorno do Desenvolvimento Intelectual (TDI).

  • Transtornos de Comunicação: Atraso na Aquisição e no Desenvolvimento da Linguagem, Transtorno do desenvolvimento dos sons da fala, Transtornos Motores da Fala (Atraso Motor da Fala, Apraxia da Fala, Disartria), Transtorno de Linguagem (TL), Transtorno do Desenvolvimento de Linguagem (TDL), Transtorno da Comunicação Social Pragmática e Transtorno do Desenvolvimento da Fluência da Fala.

  • Transtornos motores: Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) Motora, Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) e Transtorno do Movimento Estereotipado. 

  • Transtornos Específicos de Aprendizagem: com prejuízo na leitura; expressão escrita; matemática; Altas Habilidades/Superdotação. 

  • Transtorno de Tique:  Transtorno de Tourette, Transtorno de Tique Motor ou Vocal Persistente (Crônico), Transtorno de Tique Transitório. 

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